Projeto de reabilitação pós-Covid da UFSC Araranguá pode tornar-se serviço público no município

18/06/2021 16:50

Um estudo clínico desenvolvido pelo Laboratório Biologia do Exercício Físico (LaBioEx) do Centro de Ciências, Tecnologias e Saúde (CTS) do campus da UFSC de Araranguá poderá transformar-se em um serviço público para atendimento à população do município. O projeto Reabilitação para Sobreviventes da Covid-19 (RE2SCUE) tem o objetivo de desenvolver um protocolo de reabilitação para síndrome pós viral da Covid-19 e suas sequelas, principalmente cansaço e falta de ar. A Câmara de Vereadores de Araranguá aprovou um anteprojeto de lei autorizando o Município a criar o serviço.

Imagem de leo2014 por Pixabay

A proposta do anteprojeto de lei foi apresentada pelo vereador Luiz José de Souza (PL), o Luiz da Farmácia. Nas justificativas do projeto, o vereador citou que cerca de 14 milhões de brasileiros já passaram pela fase aguda da doença e cerca de 50% destes apresentaram sequelas. “O vírus atinge todas as células do corpo. Em um estudo que estamos realizando verificamos que 67% destas pessoas apresentaram sequelas. Elas permaneceram com cansaço e dores musculares”, disse o professor Aderbal Silva Aguiar Jr, coordenador do LaBioEx, durante sessão na Câmara de Vereadores de Araranguá na noite de 16 de junho.

O estudo clínico RE2SCUE é desenvolvido na policlínica do Hospital Regional de Araranguá, com financiamento do Ministério da Saúde, CNPq e Capes. Trata-se de um programa de reabilitação de oito semanas que vem apresentando resultados muito bons. “Os dados clínicos e bioquímicos serão cruzados com técnicas de Big Data e inteligência artificial para chegar ao protocolo de reabilitação. Atualmente, obtivemos sucesso em diminuir 90% destas sequelas”, afirma o professor Aderbal.

De acordo com o anteprojeto, o Município de Araranguá fica autorizado a criar o serviço público de reabilitação RE2SCUE, sob assessoria do LaBioEx na forma de recursos humanos, transmissão de conhecimento, logística, inteligência artificial e Big Data. A Secretaria Municipal de Saúde ficará responsável por implementar o serviço, provendo-o de recursos humanos, assessoria, material e equipamento necessários.

O serviço será dirigido por um profissional de Fisioterapia e poderá realizar até 240 atendimentos por mês. O LaBioEx indicará dois alunos estagiários de graduação ou pós-graduação por fisioterapeuta contratado pela Prefeitura. “Os centros de reabilitação especializados são urgentes para esta nova demanda de saúde pública, pois está claro que os cuidados aos pacientes não desaparecem após alta hospitalar. Araranguá poderá prestar um atendimento de referência e humanizado”, complementou o vereador.

LaBioEx

O Laboratório Biologia do Exercício Físico estuda os efeitos do exercício físico na saúde e em doenças, desde estudos experimentais até estudos clínicos. Está localizado no campus Mato Alto do Centro Araranguá, com infraestrutura para fisiologia, bioquímica, farmacologia e metabolismo do exercício em roedores e seres humanos. Desenvolve projetos de pesquisa e inovação em duas linhas: 1) A neurobiologia do exercício físico, como o desenvolvimento da fadiga central e mental ao exercício, e os efeitos modificadores de doença em modelos experimentais de doenças neurológicas e Covid-19. 2) Farmacologia e genética do esporte, para explorar recursos ergogênicos e fatores genômicos envolvidos no melhor desenvolvimento da forma e vida desportiva.

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